segunda-feira, 10 de dezembro de 2012



Em uma seção de fotos para um jogo da Sega baseado nos Jogos de Inverno de Vancouver em 2010 quatro atletas foram questionados sobre a aceitação dos jogos eletrônicos como esporte oficial e sua inserção nos Jogos Olímpicos. As opiniões dividem a classe.

Segundo o blog Game Life da revista Wired, os atletas que possuem um vídeo game foram os mais positivos. O praticante de snowboard Matthew Moroison acredita que jogar seja um esporte e considera os jogadores profissionais “fenomenais” quando assiste torneios ou quando tenta sobreviver por mais de 10 segundos no título Call of Duty. Porém, não sabe o que dizer sobre as Olimpíadas: “Tenho minhas dúvidas. Atletas podem usar a força bruta para vencerem, enquanto que no jogo você tem que usar mão-olho para coordenar e estratégia, mas é menos físico. Então eu não sei” comenta.

Lindsey Vonn, esquiadora de descida livre, vai além e acha que os games são mesmo um esporte, já que jogar é um ato competitivo. Mas também titubeia na hora de colocar os gamers nos Jogos Olímpicos: “Eu não sei. Se fosse aberta a discussão, haveria a questão de quais jogos seriam esportes olímpicos. Devem haver milhões de jogos [não-eletrônicos] que também poderiam ser [olímpicos], como o Pôquer, e isso poderia gerar muitos protestos” afirma. Mas a atleta se mostra interessada, caso a proposta se torne realidade: “Se os jogos eletrônicos fossem esportes olímpicos e o esqui fosse um deles, eu definitivamente poderia tentar uma medalha de ouro no esqui virtual”.

Já aqueles que sequer jogam foram opositores convictos. “Não concordo porque o esporte precisa de domínio físico. Você não pode simplesmente imitar um esporte, toda a noção de esporte envolve praticá-lo. Você pode fazer competições de jogos eletrônicos, mas ser um esporte olímpico é exagerar um pouco. Jogar ainda é diversão para as pessoas e é definitivamente um entretenimento, mas como esporte verdadeiro eu acho que não serve” foram as palavras de Kristina Groves, patinadora de velocidade.

Seth Wescott, praticante de snowboard, discorda da colega: “Tenho que discordar. Acho que existem toneladas de habilidades únicas em jogar, como velocidade, coordenação mão-olho e destreza nos diferentes comandos. Mas eu levei um bom tempo aplicando isso na vida real, o verdadeiro esforço físico dos esportes” disse.

Segundo o site Switched, apesar da divisão equilibrada das respostas, fica claro que nenhum dos atletas concordou completamente com a ideia. O consenso geral foi o de que os jogos eletrônicos não envolvem o mesmo esforço físico e habilidades que os esportes “reais” que praticam, tornando os games “indignos” de pertencerem às Olimpíadas.



Este ano, o Diretor Execeutivo do Gamer Institute, Daniel Grzelak, está bastante empenhado em conseguir incluir os esportes eletrônicos nas Olimpíadas. Imagine que, um dia, você possa ligar a televisão para assistir à uma partida de "CS:GO" durante a Olimpíada, entre saltos de ginastas e lutas de judô?

O executivo e lobista dos e-sports argumenta que, na visão dele, há modalidades mais esquisitas e menos importantes do que os games, como o hipismo ou o nado sincronizado. "Não podemos esquecer o cabo de guerra, o esporte mais cômico de todos, que já foi parte da Olimpíada."

Grzelak não está só: há um abaixo-assinado virtual, chamado Torch for Gaming, que já conta com mais de 10 mil assinaturas de 139 países, inclusive do Brasil, em apoio à inclusão dos e-Sports na Olimpíada.




Na minha opinião de jogadora casual e amadora, é que há muito investimento em tecnologias de realidades virtuais e interesse de empresas de hardware de patrocinar talentos em jogos eletrônicos. Não podemos negar, que a visão de jogos apenas diversão, já é um conceito nada atual. Há campeonatos de League of Legends, que, tem premiações milionárias, fazendo com que esses jogadores,  disputem cada vez mais a um nível profissional. 




As Olimpíadas visam historicamente uma demonstração de vigor, proezas físicas entre competidores de nações diferentes, objetivando a amizade, o espírito esportivo e a competição em si, mais do que vencer um jogo, uma corrida ou um salto. Estamos numa era virtual, proezas "mão-olho", rapidez de raciocínio e domínio dos comandos de jogos é sim, algo que diferencia e destaca os indivíduos. Só fico na dúvida de saber como seriam as seleções desses jogos e quando (e se) veremos jogos eletrônicos em meio a apresentações olímpicas. Faço votos de que isso aconteça algum dia.


Com informações de Geek e  Folha de São Paulo

0 comentários:

Postar um comentário